terça-feira, 4 de novembro de 2008

Passa-r-do tempo

O tempo a mudou, mas não mudou o que o próprio tempo fez questão de guardar nela.
Por um bom tempo ela pensou em não sentir, mas só não sentia porque não pensava, disfarçava com outras palavras, pessoas, adjetivos e substantivos que significavam praticamente nada se não fossem ditos a ele. O silêncio que a falta fazia era ensurdecedor, palavras caladas, sentimentos repreendidos, perdidos no eco do grito interno.
Hoje em dia ela é cheia do mais depressivo e assustador nada, e continua sem ele
O tempo com certeza tratou de guardar o nada nela, sufocando o que antes era tudo.
O tempo destrói o que o próprio tempo cria e alimenta.